quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Submissão e Autoconhecimento (By Katy)


Post públicado no Blogger do Dom Fábio em 8 de fevereiro de 2013





Este é o Post enviado por Katy à meu pedido, estou postando exatamente como recebi, sem revisão ou edição. Gostei muito do conteúdo, tão bem escrito como foi o post de Nina, espero que leiam com atenção e apreciem...


Gostei muito do convite que recebi para escrever este texto. Mas tenho que assumir meu bloqueio, já pensei diversas vezes em ter um blog mas tenho aquele famoso “pânico de paginas em branco” rsrs.
A submissão é como um livro ou uma música, para cada pessoa, para cada estado de espírito terá uma forma e um significado.
Já ouvi e li diversas pessoas que criticam estas praticas e que na maioria das vezes acreditam que a mulher é desvalorizada, sendo comparada a um produto, um pertence, um objeto.
Aqui esta a minha visão, acredito que não será bem aceita por todos e na verdade ninguém agrada a todos, porque eu deveria agradar não é mesmo?
A submissão para mim é pura beleza, bom gosto, luxuria, prazer... É você saber que seu corpo, sua carne, é minuciosamente projetada para ser explorada de varias formas. Formas estas que podem trazer total prazer. Usamos muito pouco de todos os nossos sentidos. Eles são mágicos, são gigantescos, mas só temos como chegar próximo de um aproveitamento total se eles forem testados e orientados para nos trazer sempre um prazer maior.
Uma mulher submissa entrega seu corpo e sua alma a um Dominador que saberá trabalhar todos os seus sentidos, saberá interpretar seu corpo, seus músculos, seus olhares e seus desejos.
Um Dominador de verdade sempre estará acompanhando sua submissa e levando-a ao seu auge, seus limites. Não é fácil você se entregar desta forma á alguém, muito pelo contrario.. é muito fácil achar um homem para beijar, sair por uma noite ou jantar. Mas quando você (seja submissa ou não) terá coragem e vontade de entregar sua vida nas mãos de alguém? O Dominador certo cuidará sim de sua submissa como um brinquedo, um pet, um produto ou como eu prefiro dizer, uma boneca que estará a seu dispor para que posso realizar suas fantasias e levá-lo ao prazer absoluto da forma que ele achar correta.
Ele poderá te proibir de falar, e você vai saber que pode ficar horas sem pronunciar uma palavra porque esta com alguém que sabe ler seus olhos. Ele pode te amarrar, vendar, te dar algumas palmadas ou usar algum brinquedo em você, e você terá total certeza de que esta sendo cuidada por alguém que saberá a força certa, o momento certo, os lugares certos e que tudo que ele faz será no final uma forma de te levar ao seu topo.
Nosso corpo tem todos esses sentidos para serem aproveitados e resgatados.. e o BDSM como um todo, não importando sua vertente, é uma forma inteligente e bela de fazer você ficar na ponta dos dedos em frente a um abismo e conseguir ser trazida de volta.
Ser uma submissa é receber todos estes prêmios, saber quais são seus limites, saber se quer tentar ultrapassa-los ou não, saber até onde vai sua vontade, seu prazer, suas emoções.
E como não idolatrar, se entregar e querer sempre fazer as vontades de uma pessoa que vai te proporcionar tudo isso?
Ser submissa também é ter adoração por seu Dono, é você ter o prazer de se ajoelhar aos seus pés e beijá-los. É você querer ficar sentada ao lado de suas pernas enquanto ele trabalha, é você querer viver para aquela pessoa da forma que ele achar melhor. É você querer ser sempre a melhor, a mais bela, a mais iluminada, para que ele tenha orgulho de apresentá-la entre tantas outras.
É você querer fazer sempre mais que as outras, ser sempre a melhor submissa. Não somente por você, mas por alguém que te mostrou a vida de uma outra forma. De uma forma intensa, de uma forma livre de preconceitos, de morais impostas. É fácil você dizer o que as pessoas esperam de você, é fácil você saber o que poderia ou não fazer de acordo com o que a sociedade te aponta como correto. Agora pense em como seria se você tivesse o direito de escolher sem ser julgado. Sem você ter vergonha ou medo de dizer ao seu amante, esposo ou companheiro que gostaria que seus cabelos fossem puxados com mais força...
Eu sempre digo a todos que conheço nesse universo que uma das coisas que mais me agrada é o nível das pessoas. É uma seleção natural, encantadora. Muitos podem ler a respeito achar interessante, e ficar só por ai.. alguns vão mais a frente e procuram literaturas mais fiéis ou comunidades, clubs e etc.. outros ainda dão mais alguns passos e procuram conhecer pessoas com suas preferências.. e vejam só, neste caminho muitas ficarão para trás, vão parar, vão perceber que não é bem isso. As poucas que chegarem a prática realmente, e se aprofundarem cada vez mais, são seletas, são pessoas que tem uma mente aberta que estão realmente libertas de preconceitos e imposições socioculturais, o suficiente para ver a beleza das pessoas que são fortes e decididas o suficiente para se jogar numa aventura como esta, onde todos só tem a ganhar no que diz respeito a Prazer e Auto Conhecimento.
Dom Fabio, muito obrigada pelo espaço e espero não ter desapontado no meu texto.
Gostaria também de deixar meu contato disponível para quem quiser debater ou compartilhar informações.


Katy Willing
Kisses and licks *o* 

katy.willing.sub@gmail.com


post original: http://domparacasadas.blogspot.com.br/

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Sem medo


Sempre tive a clara impressão de que, ao contrario do que muitos dizem, o BDSM é praticado principalmente por pessoas com um autocontrole e autoconhecimento maior do que a maioria. Muitos dizem que sentir prazer com a dor é alguma forma de sociopatia (não descordo) pode sim ser uma reação a algum comportamento como este, mas o que vejo entre os que conheço no meio BDSMer são pessoas centradas, positivas, inteligentes e que buscam nos sentidos humanos formas diferenciadas de chegar ao prazer. Para isso, insisto, é imprescindível que os dispostos a praticar tais práticas busquem informação e conhecimento constantemente.



Achei muito bom o livro Wilma Azevedo - "Sadomasoquismo sem Medo" e acho uma leitura importante. Tanto para os que já se aventuram ou tem curiosidade sobre o assunto quanto para os leigos que gostam de "atirar pedras" sem conhecimento e embasamento nenhum.





Sado masoquismo

Sem  medo



"Qual é o limite do ser humano em relação ao sexo? Talvez esteja na fronteira que separa o jardim das delícias, de onde fomos expulsos ao morder a maçã. As fantasias não têm limites; por mais estranhas que possam parecer, sempre têm explicações. Em nossa infância encontramos fatos onde o despertar sexual marcou-nos de alguma forma, ligando as primeiras impressões que tivemos sobre sexo, para o resto de nossas vidas.

A sensível perspicácia de psicólogos e sexólogos confirmam que “a mente rege o corpo”. Por isso cada um tem sua própria maneira de fantasiar e usufruir dos prazeres sexuais. Mas a sociedade é muito rígida ao julgar atos alheios, quando desejam ser “diferentes”. Desde o “pecado original” estamos condenados a seguir um padrão estipulado pela maioria. Os que ultrapassam esses limites, se fazem felizes com todo direito de quem transgride as leis dos que “atiram a primeira pedra”.


A Dra. Maria Tereza Zanella que tinha uma coluna na revista Nova, em abril de 9l, ao responder a

pergunta de uma leitora, me esclareceu muito:
P. As pessoas realmente têm limites diferentes de dor ou isso é um mito?
R. Apesar de o fenômeno da dor ainda ser subjetivo, complexo, sabe-se que funciona como um sinal de alerta: indica que algo no corpo não vai bem e precisa de tratamento. É, portanto, um mal necessário. Está comprovado que algumas pessoas são mais sensíveis aos estímulos dolorosos. Essa diferença provavelmente tem explicação psicológica. A ansiedade, assim como a depressão, por exemplo, são fatores que contribuem para intensificar a dor, podendo ser até desproporcional à lesão orgânica que a causou (como uma queimadura). Sendo assim, o primeiro passo para sentir menos dor é controlar os fatores emocionais (exatamente o que se tenta fazer nos cursos de preparação para o parto “sem dor”). Importante: a dor não permanece na mesma intensidade o tempo todo após a lesão. É que o próprio corpo, por meio de um “aviso” dos nervos, libera substâncias naturais para amenizar a dor. (É o que acontece com quem está predisposto a sentir prazer e não dor.) "


Trecho retirado de:



Azevedo, Wilma.

S.em m.edo / Wilma Azevedo. – pag 20-31;São Paulo : Iglu, 1998.




quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Livre de pensamentos



As vezes eu tenho a impressão de que meu cérebro deu um nó... exatamente assim. Começo a pensar no que fazer, pra onde ir, porque seguir tal caminho.. porque fazer as coisas como tem que ser feitas, e assim começam a se criar linhas e essas linhas se embolam e fazem os nós. Quando isso acontece a única coisa que consigo fazer é parar. Fechar os olhos, escutar uma música, é a única coisa que consigo fazer.
Nesses momentos minha maior vontade é a de sentir uma mão estendida em minha direção. Me dizendo para não pensar, não me preocupar e apenas me deixar ser guiada. Não gosto de decisões. Não quero sempre ser a única a tomar conta de mim para tudo.
 Não quero ter que falar, que sugerir, que decidir, sempre o tempo todo.

Alguém precisa ser responsável por mim as vezes !! (rsrs)
Quando vejo algumas imagens como esta me imagino com a cabeça totalmente vazia, sem nós, sem questões.. me deixando ser guiada, ser apresentada a coisas novas, a novos desafios, novos limites.
 Qual o tamanho deste prazer?
O prazer de ser levada, de conhecer tudo do começo. De, na verdade, se conhecer do começo, ver de fora, saber que esta com alguém que sabe mais sobre a vida, sobre o corpo, os sentidos, e de ter a sorte de ter um mentor para levar pela mão.

E tudo que eu possa fazer por Ele será sempre pouco.

E sempre estarei pronta a agradar e dar o meu melhor pela pessoa que nestes momentos será Meu Tudo.